Quem esteve no teatro do Sesi ontem e quinta-feira viu e viveu o clímax do POA em cena: "Quartett" - espetáculo baseado na obra de Heiner Müller e dirigido pelo talento exponencial do teatro contemporâneo Robert Wilson. Eu diria até iluminado. E ele entende do assunto.
Perfeito. Um humor ácido que se reafirma numa espécie de mantra com ares de diálogo de surdos.
Perfeito. Um humor ácido que se reafirma numa espécie de mantra com ares de diálogo de surdos.
Os atores Isabelle Huppert (Meteuil) e Ariel Garcia Valdès (Valmont) representam majestosamente suas esquizofrenias lascivas cultivadas em relacionamentos cheios de depravação e fracamente mascarados por uma pseudoelegância - engodo para a vaidade. Mas a "ressaca moral" vem com a degradação inexorável dos corpos, por que não da alma? O tempero é o remorso triste, não desesperado. Consciência blasé dos atentados à "moral".
Pecadores capitais, Meteuil e Valmont refletem sarcasticamente a luxúria intrínseca aos jogos sexuais vividos os quais selaram seus destinos e fecharam definitivamente a porta para o sentimento amoroso. Porém, a apresentação de comportamentos tão "humanos, demasiado humanos" e a composição fragmentada da peça diluem o peso do discurso genialmente constrangedor. Excitante.
A sonoplastia e a iluminação compõem a elegância estética da montagem, "bordada" delicadamente por figurinos, maquiagem e cenografia. A harmonia entre luz, som e atuações (sincronicidade pura que, de forma alguma, prejudica a fluência da cena) é agradavelmente precisa. Não há desperdício algum nessa tríade. O percurso visual proposto pelo jogo de luzes guia o espectador por um caminho certo e brilhante em todos os sentidos da palavra.
Uma chicotada no meu prazer estético que saiu trêmulo de tanto regozijo. Pornograficamente sofisticado.
Pecadores capitais, Meteuil e Valmont refletem sarcasticamente a luxúria intrínseca aos jogos sexuais vividos os quais selaram seus destinos e fecharam definitivamente a porta para o sentimento amoroso. Porém, a apresentação de comportamentos tão "humanos, demasiado humanos" e a composição fragmentada da peça diluem o peso do discurso genialmente constrangedor. Excitante.
A sonoplastia e a iluminação compõem a elegância estética da montagem, "bordada" delicadamente por figurinos, maquiagem e cenografia. A harmonia entre luz, som e atuações (sincronicidade pura que, de forma alguma, prejudica a fluência da cena) é agradavelmente precisa. Não há desperdício algum nessa tríade. O percurso visual proposto pelo jogo de luzes guia o espectador por um caminho certo e brilhante em todos os sentidos da palavra.
Uma chicotada no meu prazer estético que saiu trêmulo de tanto regozijo. Pornograficamente sofisticado.
2 comentários:
cof cof cof
de mais.
Muito bem Jaquelice, gostei de te ver citada num lugar tão especial. Lamento não ter podido assistir aoo espetáculo. abraço lora
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